Japanese Culture on Manga!


Cultura Pop:::..
“Gals!” por Mihona Fujii
O Japão é conhecido por ser um país inovador, não só tecnologicamente, como também culturalmente. De facto, desde os ultimos anos que se têm passado, criam-se e “descriam-se” tribos urbanas dignas de menção, pelas suas caracteristicas físicas, orativas, enfim, tudo que compõe um conceito de cultura urbana. Hoje falo-vos da cultura Pop de à 9 anos atrás. Uma tribo estava em anscenção, influenciada pelas famosas “Japanese Idols”, como Ayumi Hamasaki: as Kogals. Que as caracterizava na sua época? Muito simples à primeira vista: as botas em plataforma eram um “must-have” de qualquer rapariga “fashion” que se prezasse na época (plataformas, essas, que chegavam a ter no máximo 20cm!!). A maquilhagem e as roupas de marcas famosas eram igualmente essenciais para se destacarem no meio da multidão extensa nipónica. Muitas das seguidoras desta “cultura” urbana foram caracterizadas por uso de linguagem especifica entre elas. Exemplos fazem-se ver em expressões usadas ainda nos dias de hoje em terras niponicas como “purikura” (que é uma abreviação estranha do inglês “picture club”, onde grupos de adolescentes saidas das aulas se dirigem a máquinhas onde se pode tirar fotografias em grupo), “rusosoku” (do inglês “loose socks”, que são as famosas “leggins” brancas japonesas que as estudantes mais novas usam no dia a dia), e a própia expressão “gals” (que vem do inglês “girls”, na verdade “ko-gal” quer dizer algo como “rapariga da moda”, tradução e significados algo livres, visto que era uma expressão um pouco imposta num determinado grupo de pessoas com caracteristicas similares). No entanto, tudo o que parece divertido e engraçado ao principio vem sempre com um lado negro. A época das “ko-gals” ficou marcada pela “joshikusei” ou “prostituição entre estudantes”, onde as jovens adolescentes, com desejos de comprarem seus objectos (essenciais) para a vida de uma verdadeira “gal”, vendiam seus corpos (e consequentemente, suas almas) a idosos empresários e mais tristemente, para produção de filmes para adultos. Ainda hoje, qualquer um que viaje ao país do sol nascente e que consiga usufruir de um telemovel capaz de apanhar o sistema japonês de propostas de lazer para adultos (denominado de "terekura"), é capaz de ver muitos anuncios de jovens adolescentes a aliciarem propostas para “uma noite bem passada”, com preços que chegam a atingir os 500,000 ¥!! E há quem diga que são os preços mais baratos do mercado. Tal cultura urbana ficou marcada pela variedade de “sub-culturas” que foram-se criando em volta deste conceito. São elas:
Ganjiro – “gals” cuja tonalidade de pele era branca, a dita cor de pele japonesa, marcadas pelas vestes de marca (muito caras: marcas como Gucci, Versace e Prada na época eram um must. E depois veio a onda de Louis Vuitton...), mas muito sobrias, elegantes, discretas.

Ganguro – a tonalidade da pele torna-se morena, um pouco escuro, mas nunca chegando ao limite do exagero. Os penteados tomam um rumo de loucura, as jovens seguidoras são mais excentricas nas suas vestimentas, sendo caracterizadas pelos padrões de tigre, zebra, leopardo.
Yamanba – expressão usada para definir um grupo de pessoas que se vestem da maneira mais extranha, colorida e excentrica de sempre (conseguem ser pior que as Ganguro). A expressãp em si significa “bruxa”, caracterizando-se pelas roupas minimas, coloridas (diga-se de cores acidas), os penteados são do mais extremo que existiria: pintados das cores mais loucas de sempre, como cor-de-rosa choque, roxo, verde, azul, laranja... Como dizer? Um autentico arco-iris...
Claro que as descrições que aqui faço são meramente generalizadas. Para ter mais conhecimentos desta “cultura”, sugiro uma pesquisa alargada via net e procura por fotos de 1998, visto que este modo de vida já não está entre nós. As plataformas morreram, assim como as cores excêntricas. Os japoneses agora estão mais adultos, refinados. Mas é uma cultura que persiste nas mentes e nas recordações dos mais velhos. Os mais idosos, na sua época, desprezavam-na: afirmavam que era uma cultura degradante, que fazia obscurecer os valores morais de um Japão firme, forte e trabalhador e que os jovens tornavam-se preguiçosos, sem vontade de viver uma vida de trabalho arduo e gratificante. Tal afirmação provou-se ser verdade: muitas raparigas tornaram-se naquilo que diz em inglês, “highschool drop-outs”, começando a trabalhar muito cedo (em bons meios e, infelizmente, maus meios) e viver a sua vida. Muitas não se arrependem: era aquilo mesmo que queriam, uma vida livre de preocupações, de “stresses” escolares, de divertimento, de alegria. Outras tornam-se amargas: pensam que poderiam ter feito mais de si. Ter feito algo mais nas suas vidas. Terem sido alguem. E as oportunidades fugiram. Daí que em 1998 começou a ser publicada, pela editorial Shueisha, na revista “Ribon” (revista de publicação de banda desenhada japonesa) uma manga denominada de “GALS!”, escrita e desenhada por Mihona Fujii, em que conta a historia de 3 raparigas que vivem esta cultura de maneira intensa, divertida, alegre, mas que nunca se esquecem dos seus valores morais, pessoais e objectivos de uma vida futura (no primeiro capitulo, vemos a protagonista a “salvar” uma amiga do negocio da prostituição e moraliza-a com uma mensagem positiva de amor e respeito por si mesma). É uma historia divertida, romântica, que muito relembra o fenómeno existente no nosso país dos “Morangos com Açucar”... Mas mais interessante (e eu que digo isto não gosto de ver a dita novela!!) e com mais fundamento. As protagonistas são a Ran Kotobuki (a principal, com um caracter fugoso, mal-humorado, louco, excêntrico, mas sempre na ultima da moda, preocupa-se em obter, das maneiras mais correctas que se encontre, todo o tipo de objectos desejaveis de um materialismo sem limites), Miyu Yamazaki (a “side-kick”, melhor amiga de Ran, namora com o seu irmão, Yamato Kotobuki, com um passado violento, tendo pertencido a um “gang” de onde era lider e depois uma luta enlouquecida contra aquela que é hoje a sua melhor conselheira (e amiga), decide seguir um rumo do bem) e Aya Hoshino (tipica adolescente pressionada e reprimida pelos seus pais, que só esperam o melhor dela em tudo: notas, postura, moralismo... é um reflexo do que os jovens japoneses sentem quando têm pais exigentes, uma necessidade de se imporem, de maneira extrema ou não, numa sociedade competitiva em todos os aspectos). É uma BD recomendavel para aqueles que querem passar um bom bocado a aprender o “calão” desta cultura (acima descrevo uns pequenos exemplos) e algumas normas de vivência. Existe igualmente a série de animação, que se torna mais extensa, para uma melhor assimilação cultural. E divertida quanto baste: veja-se as situações quando Ran, defensora do moralismo psicologico, sai com amigos a fim de receber presentes, refeições gratis e entradas livres em discotecas e parques de diversões. Recomendo igualmente procurarem no youtube videos que demonstrem estas culturas. Palavras chave como «Tokyo Fashion» ou «Gal-cir» são boas para achar videos que demonstrem um pouco mais.

É uma cultura que nunca deverá ficar indiferente. Ainda hoje influencia outras culturas urbanas que surgem nos nossos dias. Mas isso ficará para um próximo artigo. GANBATTEEEEE!! (ou como diriamos nós, “ADEEEEEUS!!”). Colaboração de Karura de “The Black Penguin”

Comments

Anonymous said…
LOL... ganda texto de bom ou demasiado extenso? pessoalmente acho que a info é bastante pertinente, foi pela minha mana mais nova... a rapariga domina tudo o que é japonês :)

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