"How Vinyl Records Are Made"
Gira-discos
Em 1906, apareceu no mercado, nos Estados Unidos, o primeiro fonógrafo, a vitrola, uma peça lançada pela empresa Victor que permitia ouvir música através de discos de vinil. Mas já em 1878 Thomas Edison tinha inventado um fonógrafo em lata que, contudo, produzia um som mau e as gravações estragavam-se ao fim de um dia de uso. Alexander Graham Bell tentou a sua sorte com o grafofone, que reproduzia sons através de um cilindro de cera. Cada cilindro tinha de ser gravado separadamente, tornando inviável a produção em série de uma mesma música. Emile Berliner, um alemão que se radicou em Washington, resolveu este problema, em 1887, ao inventar o gramofone, um sistema de gravação e reprodução de som que podia ser utilizado repetidamente, permitindo a feitura de várias cópias a partir de um original. Este inventor optou também por deixar de parte os cilindros e começou a gravar em discos planos, objectos em vinil com estrias em espiral. Berliner fundou então a Gramophone Company com o intuito de produzir em série os discos e o aparelho que os punha a tocar, e, para promover a empresa, convenceu artistas famosos como Enrico Caruso a gravar para si. Para imagem de marca da empresa utilizou o famoso quadro His Master's Voice, de Francis Barraud, onde aparece retratado um cão a ouvir a voz do seu dono através de um velho gramofone. O sistema de gravação de discos e o próprio gramofone foram vendidos à empresa Victor Talking Machine, que mais tarde adoptou a designação RCA. O gramofone tocava discos de 78 rotações por minuto (rpm) através de uma agulha que transportava as vibrações mecânicas saídas do vinil até a um cone que amplificava o som.A partir de 1920, surge o gira-discos, o disco fica assente numa base redonda, que roda a uma velocidade constante, 33 1/3, 45 ou 78 rpm, movida por um motor, e é contactado por um braço com uma agulha na ponta, que transmite vibrações transformadas depois em impulsos eléctricos. Estes impulsos são conduzidos a um amplificador que, por sua vez, os dirige, por meio de cabos eléctricos, às colunas de som. Como as companhias gravavam diversos discos de estrelas da música, o gira-discos tornou-se muito popular nos Estados Unidos, mas também na Europa se produzia uma grande variedade de aparelhos, com a particularidade de na Suíça terem apostado na construção de uns portáteis. Os discos de 78 rpm continuaram a dominar o mercado até cerca de 1948, altura em que surgiram os primeiro discos de longa duração, que rodavam em 33 1/3 e 45 rpm, respectivamente Long Players (LP) e Singles. Além de um som ligeiramente melhor, tinham uma duração superior. Os de 78 rotações acabaram por desaparecer em 1957, depois de ter sido operada uma verdadeira revolução tecnológica destinada a tirar partido dos novos discos. O desenvolvimento dos gira-discos proporcionou o aparecimento de aparelhos que reproduziam com alta fidelidade (hi-fi) os discos, nomeadamente em estéreo, melhorando o som que saía das colunas. A partir do surgimento do rock'n'roll, em 1955, a indústria musical entrou em fase de grande expansão, aumentando o mercado dos gira-discos e das companhias discográficas. O vinil esteve em alta até 1982, ano em que surgiram os Compact Disc pela mão da Sony e da Philips. O gira-discos é um aparelho hoje caído em desuso que emite música gravada em discos de vinil. O avanço tecnológico levou à criação do CD, de som cristalino e límpido, e ao declínio dos gira-discos, peças cada vez mais raras e a que só recorrem os fiéis do género. Hoje nota-se um retrocesso na tendência decrescente do vinil, primeiro porque a gravação do mesmo é analógica, e se bem gravado, nada melhor que o som saído de uma agulha de giradiscos para arrepiar a pele de qualquer um, ao passo que a gravação de um cd é meramente numerária, idêntica a uma fotografia ou imagem pixelizada, por mais que surjam os super áudio cds, e gravações de grande exclencia, ficam e sempre iram ficar aquém do prato de puro pvc enegrecido ou colorado. Segundo o dj'ing inverteu os passos e o comércio do vinil, surgem novas edições e reprensagens de edição limitada e de gramagem superior, algo raro nos discos de música de dança, mas não de todo uma miragem no horizonte, lembro-me de encontrar na vasta colecção do meu pai os tais vinis de gramagem superior de uma tal editora japonesa de música clássica e jazz, se não estou enganado chamava-se 2 blind Mice, algo do género. Terceiro, cultura do coleccionismo e interesse pela arqueologia musical aumentou exponencialmente, a mesma tendência verifica-se no avultar de indivíduos interessados na actividade do diggin' ("caçador de raridades") para os quais recomenda-se vivamente uma revista de extrema qualidade, Wax Poetics. 2006 foi sem dúvida o regresso ao passado e do avivar de uma memória retro, disparam designs e concepts graffiti, colagens, recortes, drippings, etc... algo também importante numa edição de um album em vinyl ou ep ou mesmo um single (e até num CD) é a qualidade gráfica do seu suporte/capa, e o tipo de material utilizado, porque hoje em dia vivemos numa sociedade de consumo vs. imagem refugiada nos pólos de informação mais mediáticos do planeta, refiro-me específicamente à internet e à televisão. Este tipo de campanha publicitária pode ser encarada como sendo únicamente boa ou má (no último caso, para alguns indecisos) , o que importa é que sustenta um novo conceito de «arte» agregada (como já foi dito) ao advento das novas tecnologias e disciplinas do design. Para finalizar fica um video muito especial que explica todo o processo de criação de um vinyl, do master, test pressing,produto final. Gostava de muito boa vontade disponibilizar-vos um capítulo muito especial, "Vinyl Manufacturing" presente na revista electrónica (DVD) slices 4-05, que para além do processo de fábrica, extende-se aos organismos de destribuição, explica a mecânica e a relação das editoras com as distribuidoras e à posteriori a chegada dos discos às lojas, fica para uma próxima oportunidade, até lá, have fun, oiçam boa música.
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